Anfavea: Produção de veículos cairá pela metade em 2016
A produção nacional de veículos deve encerrar o ano de 2016 com 52% de ociosidade. A informação é da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que revisou as projeções em balanço divulgado sobre o desempenho do setor no primeiro bimestre. Devem deixar as fábricas 2,44 milhões de veículos no período, quando a capacidade total é de 5,05 milhões de unidades.
Considerando a categoria de automóveis leves, a estimativa é de queda de 50%. Com a baixa demanda, a capacidade produtiva anual de 4,63 milhões de carros será suprimida para 2,33 milhões de unidades.
A produção de veículos pesados deve ser a mais impactada com a recessão. A ociosidade nas fábricas deve chegar a 74%, baixando a expectativa de 422 mil caminhões e ônibus para uma realidade bem diferente: 107,8 mil unidades. As máquinas agrícolas e rodoviárias devem chegar este ano a 56,6 mil unidades, 48% a menos de sua capacidade, de 109 mil unidades.
Para o presidente da Anfavea, Luiz Moan Yabiku Junior, o cenário demonstra a dificuldade das montadoras em todos os seus setores diante da crise econômica. “Com a demanda no mercado interno em baixa, as empresas trabalham para administrar a produção, por meio de férias coletivas, adesão ao Programa de Proteção ao Emprego e layoff, para que desta forma possa preservar ao máximo o nível de emprego no setor”, afirma.
Emprego
As baixas nas carteiras de trabalho em fevereiro registraram redução de 8,5% no quadro de trabalhadores do setor. O número de contratados pela indústria automobilística baixou de 142.317, em fevereiro de 2015, para 130.262, no mês passado.
Entre os setores, o pior cenário é o de máquinas agrícolas e implementos rodoviários, que teve um recuo de 15,8% de seu quadro de profissionais – de 18.256 para 15.375 trabalhadores, na comparação. Já as fábricas de automóveis e utilitários leves demitiram 9.174 funcionários em fevereiro, uma retração de 7,4% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Bimestre
A produção de veículos novos recuou 31,6% no primeiro bimestre do ano, que encerrou com 281,4 mil unidades ante 411,7 mil no mesmo período de 2015. Em fevereiro foram fabricadas 131,3 mil unidades, 36,4% a menos ante as 206,4 mil produzidas no mesmo período do ano passado.
A indústria registrou queda de 31,3% nas vendas de veículos: foram 302,1 mil unidades este ano e 439,7 mil em 2015. Em fevereiro foram licenciados 146,8 mil veículos, o que mostra uma queda de 5,5% frente a janeiro, com 155,3 mil unidades, e de 21% se analisado com fevereiro do ano passado, quando 185,9 mil unidades foram vendidas.
Luiz Moan avalia que os dados estão em linha com a expectativa de que o primeiro trimestre apresentaria resultados muito negativos: “A conjunção de inúmeros fatores segue impactando fortemente o mercado. O período de começo de ano é tradicionalmente menor do que o restante, em razão de feriados como o Carnaval, ou no caso da produção, com concessão de férias coletivas e paradas estratégicas. Além disso, o comparativo com o início do ano passado ainda é influenciado pelo IPI. Contudo, a crise política segue comprometendo a economia ao reduzir a confiança, os investimentos e o mercado. Quando uma crise duradoura como essa acontece, seus efeitos são severos”, analisa.
As exportações registraram crescimento de 26,8% no bimestre com 60,3 mil unidades este ano e 47,6 mil em 2015. Em fevereiro 36,5 mil unidades foram negociadas com outros países – alta de 53,1% frente a janeiro, com 23,8 mil unidades, e de 16,7% ante as 31,3 mil de fevereiro do ano passado.
Fonte: Radar Nacional
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